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Internacional: um Balanço da década

29 de dez. de 2010

Olá, leitores, torcedores de diferentes times do país.

Pois o Internacional começa a ser reconhecido aqui e acolá como Clube brasileiro mais bem sucedido da década. Um período de sucessos que começou a ser forjado lá na gestão 2000-01, com a qual muitíssimo modestamente colaborei, à medida que contratos de longo prazo foram estabelecidos com atletas da base, históricos problemas financeiros foram equacionados e se formou um staff que teria real importância nas Grandes Conquistas a partir de 2006.

Evidentemente, não questiono que os maiores méritos cabem ao grupo dirigente atual. Depois da ameaça de desvio de rota em 2002, por exemplo, com salários atrasados, o que quase levou o Time ao rebaixamento no Brasileirão, a reviravolta estabelecida em 2003, com o acerto na contratação do treinador Muricy Ramalho e a promoção de jovens valores (Daniel Carvalho, Diego, e em seguida Nilmar.....), os caminhos começaram a melhorar muito no futebol colorado. Situo o começo do ciclo vitorioso em 2003, (e neste aspecto, mudei de opinião há algum tempo, em conversas com companheiros do movimento do qual sou fundador, o InterAção...) quando o Inter se mostrou capaz de superar o arquirival ainda forte, com vitórias nos confrontos diretos no Campeonato Gaúcho.

Em 2004, houve o crescimento da experiência com a boa campanha na Copa Sul-Americana. E a chegada de Fernandão materializou a liderança necessária entre os jogadores. Assim, em 2005, o Internacional, já com um número crescente de sócios, consolidou um elenco de ótimo nível de competitividade. Basta dizer que todas as equipes lembradas a seguir mantiveram um desempenho de mais de 60% de aproveitamento nos embates difíceis (desconsiderada a maioria das partidas de gauchões.....), inclusive, passando por diferentes treinadores. Por ordem de qualidade, colocaria:

1) O Time Vice-Campeão Brasileiro (essencialmente, mas não apenas, pela lambança do STJD....) em 2005 e Campeão da América em 2006. Clemer, Élder Granja (Ceará na Campanha Vitoriosa da Taça Libertadores); Ediglê (Bolívar em 2006), Vinícius (Fabiano Eller em 2006) e Jorge Wagner; Edinho, Gavilán ou Perdigão (Fabinho em 2006); Paulo Tinga e Alex; Fernandão e Rafael Sóbis. Índio foi utilizado como terceiro zagueiro no lugar de um dos volantes no segundo daqueles anos, e o próprio Edinho atuou na zaga, com Gavilán e Perdigão no Brasileirão 2005. A volta de Muricy Ramalho, após algumas escolhas no mínimo duvidosas para técnico, assegurou um estilo objetivo, de marcação e força coletiva, sem que o Colorado abrisse mão da habilidade de peças-chave. Destacaria a dinâmica garantida por Paulo Tinga, para mim o nome de maior relevância deste período, acima de Fernandão, embora respeite quem idolatra o atacante. Abel Braga, como treinador, teve talvez como contribuição mais importante a recomendação do zagueiro Fabiano Eller. Na fase de transição para o conjunto do Torneio Mundial, ainda obteve outro vice no Brasileirão. Outros atletas marcaram aquela formação como Iarley e o colombiano Rentería, além de em alguns momentos bons (que não impediram a falta de prestígio com a torcida) Rubens Cardoso, Michel e Adriano Gabiru.

2) O Time Bi- Campeão Gaúcho em 2008-09 e Vencedor da Copa Sul-Americana no primeiro destes anos ficaria em segundo lugar. Clemer (Lauro), Bolívar, Índio, Álvaro e Marcão (Kléber); Edinho, Magrão, Guiñazu e Alex; Fernandão (D'Alessandro) e Nilmar. Esta equipe será lembrada ainda por ter aplicado a primeira goleada em grenais no Beira-Rio, o 4X1 no Returno do Campeonato Nacional de 2008. Aliás, foi o conjunto, no primeiro decênio do Século XXI, que mais venceu o tradicional adversário. D'Alessandro foi apontado em recente enquete que fiz com os companheiros do grupo Convergência Colorada como a maior referência do período pós-vitória contra o Barcelona. Votei em Nilmar. Passou pelo comando de Abel Braga e Adenor Tite, que chegou a um interessante esquema 4-5-1, com D'Alessandro de articulador, e o meio-campista Alex posicionado à frente. Um "Onze" de habilidade e posse de bola.

3) O Time que terminaria o Campeonato Brasileiro 2009 como vice e Bi-Campeão da América em 2010. Lauro (Pato e Renan neste ano), Nei, Bolívar, Sorondo (Índio) e Kléber; Sandro, Guiñazu, Guiliano ou Andrezinho (Paulo Tinga) e D'Alessandro; Walter (Taison) e Alecsandro (Rafael Sóbis na decisão contra o Chivas Guadalajara). Uma equipe que começou a ganhar forma com o interino Mário Sérgio Paiva na reta final do Brasileirão 2009, recebeu o comando contestadíssimo de Jorge Fossati e com Celso Juarez Roth ganhou a reabilitação de Taison. A recordação fundamental seria o aproveitamento de 100% em casa no mais importante torneio do continente.

4) O Time Campeão Mundial em 2006, e que com quase as mesmas peças-chave faturaria a Recopa em 2007. Clemer, Ceará, Índio, Fabiano Eller e Hidalgo ou Rubens Cardoso; Edinho, Welington Monteiro, Alex (Vargas) e Fernandão; Iarley e Alexandre Pato. Quatro atletas fundamentais substituídos na comparaçào com a equipe vencedora da Taça Libertadores. A aplicação e a posse de bola heróicas contra o Barcelona naquele dezembro no Japão ficarão para sempre na História do Futebol Gaúcho, mas a rigor esta equipe foi transitória. Sofreu com alguns erros de Abel Braga durante o torneio continental seguinte, no qual não passou da primeira fase.

5) O Time que chegou à recente Copa Mundial de Clubes, sem Sandro e Taison. A ausência dos dois, especialmente do primeiro, resultou em brutal diferença de rendimento, coletivamente.

Pelo menos o primeiro destes conjuntos ao longo do ciclo de conquistas além divisa (depois da recuperação da hegemonia regional) merece comparação não com os excepcionais "Rolos Compressores" dos anos 40 e 50, num contexto de futebol e exigências muito diversas, e o Bi-Campeão Nacional da década de 70, mas sim com o Vencedor Invicto do Brasileirão 1979 e vice da América há exatos 30 anos.

Por último, destacaria que os diferentes modos de jogar destas equipes demonstram que não se concretizou uma filosofia plenamente definida no principal departamento do Clube. Treinadores de concepções bem diversas e um número significativo de contratações equivocadas também comprovam o fato. Talvez, se houvesse tal linha de ação, a continuidade nesta fase indiscutivelmente vitoriosa fosse ainda melhor trabalhada. Agora, fala-se em um Time "combativo e aguerrido" na busca do Tri da América. Sim, as virtudes têm relevância, mas a própria década aponta que a técnica não deve ficar em segundo plano, quando se trata de montar um Internacional apto ao triunfo.

1 comentários:

Raul Joaquim de Freitas Júnior disse...

Bela retrospectiva. Balanço muito inteleginete e próprio de quem tem o dom, associado ao conhecimento profundo do time do coração. Não vi o "rolo compressor" mas o time de 2006 foi o melhor que assisti, sem dúvida. Entendo que o atual, apesar de suas virtudes, fica longe daquele, especialmente pela falta de uma liderança dentro de campo (v.g. Fernandão, Yarlei, Clemer)e pela displicência e relaxamento do comando, erro fatal que subtraiu do nosso Inter a condição de assumir uma posição invejável no cenário internacional, e se distanciar da maioria dos clubes brasileiros, especialmente do co-irmão, que, ultimamente, se conforma em comemorar vagas em vez de títulos.

9 de janeiro de 2011 às 21:55

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