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Recordar é viver - O milagre de Belo Horizonte

11 de jun. de 2010

O herói Joe Gaetjens carregado pelo povo mineiro (crédito da foto: Associated Press)

Beagá, 29 de junho de 1950.

As casas de apostas em Londres pagavam 500 dólares para cada dólar apostado na vitória dos Estados Unidos. Amigos, a vitória inglesa era tão certa quanto o nascer do sol no dia seguinte.

Os times entraram no Independência assim: americanos de camisas brancas, com uma faixa transversal vermelha; ingleses de camisas azul-marinho. Seria a última partida do English Teamcom esse uniforme. (a segunda camisa da seleção inglesa passaria a ser vermelha)

Começa o jogo, e também o esperado massacre. A Inglaterra é só ataque, bombardeando constantemente a meta do arqueiro Frank Borghi. Além de praticar intervenções dificílimas, o goleiro americano tinha sorte: dois chutes acertaram a trave. O tento inglês parecia iminente, mas...

Aos 37 minutos do primeiro tempo, um improvável gol de peixinho de Joe Gaetjens, haitiano naturalizado americano, abriu o placar para os Estados Unidos. O artilheiro jogava futebol por diversão - seu verdadeiro emprego era de lavador de pratos na Universidade de Columbia, onde ele também estudava.

No segundo tempo, apesar da insistência, a Inglaterra não conseguiu marcar. Os americanos se entregavam com um ímpeto comovente, como se a cada bola estivessem em jogo suas próprias vidas. Aos 37 minutos do segundo tempo, a estrela inglesa Stan Mortensen realizou grande jogada, e a oportunidade do empate apareceu, bem clara. O gol parecia inevitável, mas o americano Charlie Colombo, com garra inexcedível, conseguiu um desarme espetacular.

O placar final parecia uma miragem: Inglaterra 0, Estados Unidos 1. Reza a lenda que um jornal inglês, após receber por telegrama o resultado da partida, teria considerado o zero como dez, estampando em sua manchete a goleada inglesa por 10 a 1. Alguns questionam: aconteceu mesmo essa manchete errada? Respondo com outra pergunta: isso importa? Às vezes, a lenda torna-se mais importante que a realidade. E como a lenda aumenta ainda mais o feito dos onze guerreiros dos Estados Unidos, ela é totalmente válida, e mais real que a própria realidade!

Assim que terminou a partida, o público mineiro invadiu o gramado e carregou Joe Gaetjens, o herói maior daquele dia que entrou para a história. Davi superou Golias. A colônia derrotou o colonizador (num estádio chamado Independência). Os Estados Unidos venceram a Inglaterra (no esporte inventado pelos britânicos). Eis o milagre de Belo Horizonte.

PC

Ficha Técnica
29/06/1950 - Estados Unidos 1 x 0 Inglaterra.
Primeira Fase da Copa do Mundo de 1950.
Local: Independência (Belo Horizonte, Brasil).
Público: 10.151.
Árbitro: Generoso Dattilo (Itália).
Auxiliares: Charles de la Salle (França) e Giovanni Galeati (Itália).
Estados Unidos: Frank Borghi; Harry Keough e Joseph Maca; Ed McIlvenny, Charlie Colombo e Walter Bahr; Frank Wallace, John Souza, Joe Gaetjens, Gino Pariani e Ed Souza. Técnico: Bill Jeffrey.
Inglaterra: Bert Williams; Alf Ramsey e John Aston; Billy Wright, Laurie Hughes e Jimmy Dickinson; Tom Finney, Stan Mortensen, Roy Bentley, Wilf Mannion e Jimmy Mullen. Técnico: Walter Winterbottom.
Gol: Joe Gaetjens, aos 37' do primeiro tempo.


Mais fotos:
Joe Gaetjens e Bert Williams. Não é o lance do gol! (crédito da foto: Popperfoto/Getty Images)

O time dos Estados Unidos naquele dia. (crédito da foto: National Soccer Hall of Fame)
Em pé: Jack Lyons, Joe Maca, Charlie Colombo, Frank Borghi, Harry Keough, Walter Bahr e Bill Jeffrey.
Agachados: Frank Wallace, Ed McIlvenny, Gino Pariani, Joe Gaetjens, John "Clarkie" Souza e Ed Souza.

Os capitães Billy Wright e Ed McIlvenny trocam presentes antes do início da partida.
(crédito da foto: Keystone/Getty Images)

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