Amigos, continuou ontem a maratona de jogos contra as equipes de menor investimento do futebol do Rio de Janeiro. O Fluminense foi a Volta Redonda, enfrentar o Resende do técnico Ailton. Me pergunto: será que os tricolores mais novos sabem quem foi Ailton, quem é Ailton? Em 25 de junho de 1995, um certo Fla-Flu entrou para a história. Era a decisão do Campeonato Carioca, o empate era do Flamengo. O Fluminense fez 1 a 0 com Renato, e 2 a 0 com Leonardo. Mas o Flamengo lançou-se todo para o ataque, Romário fez um, Fabinho fez outro, e o 2 a 2 levava a taça para a Gávea. A expulsão de Lira parecia o fim do Tricolor. Mas, aos 42 minutos do segundo tempo, Ronald acionou Ailton do Acari, e ele edificou o lance eterno. No chute cruzado, Renato meteu a barriga na bola, e destruiu o centenário rubro-negro. Desde então, a taça de 1995 repousa feliz na rua Álvaro Chaves.
Desculpem-me os parênteses, mas a figura de Ailton sempre evoca a lembrança. Voltemos ao jogo contra o Resende. Sem Fred, lesionado, o técnico Cuca lançou André Lima. E o centroavante reserva mostrou que poderia ser titular. Em grande tarde/noite, André Lima assinalou os dois gols do Fluminense em Volta Redonda, ambos no primeiro tempo. O primeiro, de cabeça, após bola cruzada na medida por Mariano. O segundo, enchendo o pé em um rebote. Depois disso, na segunda etapa, o Resende ainda descontou com Tiago Bastos, em chute de longe (um frango de Rafael). Cabe ressaltar que, na minha visão, Rafael ainda tem crédito. Falhas acontecem, nosso goleiro é um ser humano. Quando o árbitro apitou o final da partida, o placar de 2 a 1 alçou o Fluminense de volta à liderança do grupo. (dividida com o Flamengo, que empatou com o Botafogo no jogo seguinte)
A próxima semana tem mais dois jogos do Tricolor pelo Campeonato Carioca: na quarta-feira o Madureira, e no domingo o Vasco. A classificação às semifinais está praticamente assegurada, mas duas vitórias viriam em excelente momento, para confirmar a boa fase. Sei que Fred é um desfalque considerável, mas o Fluminense precisa saber jogar sem Fred. Posso abrir mais parênteses?
Em 1970, tivemos o Campeonato Brasileiro mais acirrado de todos os tempos. Havia o Cruzeiro de Tostão, o Santos de Pelé e Carlos Alberto, o Corinthians de Rivellino, o São Paulo de Gérson, o Botafogo de Jairzinho, o Palmeiras de Ademir da Guia. O Fluminense era menos cotado que todos eles. Mas o Tricolor tinha o centroavante Flávio, artilheiro nato, de qualidade indiscutível. Com os gols do Minuano, o Fluminense se garantiu no quadrangular final, contra todos os prognósticos. Quando chegou a notícia da lesão de Flávio, todos pensaram que seria o fim do Fluminense. Mas na reserva tínhamos Mickey. E foi ele o herói do título, marcando os gols decisivos contra Palmeiras, Cruzeiro e Atlético.
Perceberam? Para ser campeão brasileiro em 1970, o Fluminense precisou saber jogar sem Flávio. Para levantar taças quarenta anos depois, o Tricolor precisará aprender a jogar sem Fred. André Lima merece crédito. Que ele se inspire em Mickey, pois podemos precisar dos seus gols em 2010.
PC
(o crédito da foto é do Globoesporte)
1 comentários:
Muito boa a lembrança sobre o Campeonato Brasileiro de 1970.
23 de março de 2010 às 01:17Aliás, é sempre importante ressaltar a importância deste campeonato, estranhamente desprezado pela imprensa.
O campeão e o vice foram à Libertadores.
O formato foi absolutamente idêntico ao de 1971.
Não há motivos para não considerar a Taça de Prata como legítimo e insofismável Campeonato Brasileiro.
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