10 de março de 2010. Desde 2009, o Vitória não jogava no Barradão, desde então fechado para reformas. O Leão vinha de apresentações irregulares no campeonato baiano (vencia mas não convencia) e precisava reverter um resultado negativo contra o Corinthians Alagoano, por quem havia sido derrotado no jogo de ida, em Maceió, por 3x1. Resultado: o time apresentou um futebol convincente para os 20 mil torcedores que compareceram ao Estádio Manoel Barradas e goleou a agremiação alagoana por 4x0, com direito a gol de goleiro e tudo mais.
No último domingo, após um início desastroso na segunda fase do Estadual, uma vitória sofrida em Recife no jogo de ida da segunda fase da Copa do Brasil, e especulações sobre mudanças no comando da equipe, eis que o Vitória apresenta, pela segunda vez no ano, um futebol convincente: goleamos o Atlético de Alagoinhas com show de Júnior, autor dos quatro gols que deram lhe direito até a pedir música no Fantástico.
Por coincidência, o placar das duas partidas foi o mesmo: 4x0. Mas não é coincidência o fato de que as duas únicas apresentações convincentes do Vitória este ano foram nas duas únicas oportunidades que teve, até agora, de jogar no Barradão.
Vários fatores podem ser considerados. O gramado do estádio, por exemplo, apesar de não ser lá um tapete, foi o único este ano que permitiu ao Vitória jogar algo parecido com futebol. Os campos do interior da Bahia e o gramado do estádio de Pituaçu são próprios, talvez, para a prática de mountain bike, jamais para a disputa de um campeonato profissional do qual participa uma (apenas uma, é verdade) equipe da elite do futebol nacional.
Mas a principal influência positiva vem das arquibancadas. É a presença da torcida no estádio o grande diferencial do desempenho do Vitória no Barradão. E por isso mesmo a diretoria tem que tratar o torcedor com mais respeito.
Alexi Portela reclama da quantidade de sócios do programa "Sou Mais Vitória". Diz que precisaria de no mínimo 35 mil sócios para montar um time capaz de ganhar um título nacional. Como angariar tal quantidade, se a administração do clube não consegue dar um tratamento digno aos atuais 8,5 mil?
Bastaria dar vantagens aos sócios, e não desvantagens como vem ocorrendo. Um torcedor não sócio consegue entrar no estádio com muito mais facilidade do que quem paga mensalmente o "Sou Mais Vitória", que tem que enfrentar os eternos problemas das catracas. O torcedor sócio, que até o ano passado tinha direito a estacionamento, tem repentinamente que pagar por ele sem aviso prévio. Ora, se estes e outros problemas ocorrem com 8 mil sócios, o que imaginar quando tal número chegar aos pretendidos 35 mil?
Todos sabemos das dificuldades de lotar o Barradão: acesso, transporte público etc. Mas mesmo assim, a torcida é apaixonada e vai. Se passar a ser tratada com dignidade, passará a ir mais e cada vez maior será a força do Barradão.
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