Referências
Sábado passado o Gre-Nal completou 100 anos. A comemoração aconteceu no domingo, dia de gala para o futebol brasileiro, com a realização do clássico no estádio Olímpico Monumental.
Impossível não enquadrar o jogo na comparação com a belíssima película do cineasta espanhol Carlos Saura: Mamãe faz cem anos (Mamá cumple cien años). No filme, que ilustra a ditadura de Franco no pais, a família reúne-se para comemorar o centenário da matriarca planejando matá-la e roubar sua herança. Mesmo fraca e doente, Mamá impõe-se de forma altiva perante seus gananciosos filhos… Mais ou menos o que se passou no estádio na tarde de ontem.
Claro que esta linda história que começou no longínquo ano de 1909 no campo do “Fortim da Baixada” – atual área do Parque Moinhos de Vento em Porto Alegre merecia uma festa muito maior e melhor planejada que aquela oferecida pelas duas atuais diretorias. Enchemos a boca para dizer que “…não existe no Brasil uma disputa tão acirrada e envolvente quanto o Gre-Nal…”, mas na hora de explorar e alardear este fato, apenas a imprensa e alguns torcedores mais espirituosos cumpriram o papel. Quem sabe no sesquicentenário?
O Jogo
Diferente do que normalmente acontece, ou do que se considera um padrão de comportamento, nem as torcidas nem os jogadores em campo preocuparam-se com outra coisa que não fazer apenas o que o papel de cada um designava. Tivemos uma exibição pautada pela cordialidade e pela busca do gol. Mesmo que a quantidade de oportunidades claras para marcar ficaram reduzidas aos dedos de uma das mãos, durante toda a partida Grêmio e Internacional procuraram chutar a gol.
O primeiro tempo apresentou uma partida bem equilibrada, com o Grêmio tentando comandar as ações e o Internacional insinuando-se em contra-ataques, um dos quais resultou no belo gol do atacante Nilmar, que corrigiu um passe mal executado pelo apoiador Andrezinho, livrou-se da marcação de Souza (que tinha a frente da bola), enquadrou o corpo e acertou um chute colocado no ângulo oposto do goleiro Victor. Um chute colocado no ângulo também foi a resposta que Souza deu em cobrança de falta cavada pelo próprio frontal à área. Os jogadores e o sol deixaram o gramado ao final do primeiro tempo e as torcidas mantinham expectativas opostas para a continuação do jogo.
O vestiário mostrou-se melhor para o Grêmio, que avançou a marcação e passou a pressionar o colorado. O gol fatal surgiu após uma cobrança de escanteio (novamente a jogada de bola parada tricolor fez a diferença): o zagueiro Rever apanhou a bola dentro da grande área e fuzilou em direção ao gol acertando o peito do volante Guiñazu, e a bola rebotada encontrou o atacante argentino Máxi Lopes livre, dentro da pequena área, o qual apenas empurrou de cabeça para dentro do gol. O Internacional tentou reagir, mas as soluções buscadas pelo técnico Tite não foram suficientes para alterar o andamento do jogo ou do placar. Foi o Grêmio que esteve mais próximo de marcar o terceiro gol depois de um chute do outro argentino do time – Herrera, que encontrou a face frontal do poste direito na meta guarnecida pelo goleiro Lauro.
História
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