O novo técnico do Colorado foi o melhor volante que vi dentro das quatro linhas. Está seguramente entre os mais importantes jogadores brasileiros do século passado. Atuava como um maestro, movimentando-se com rara elegância e orientando os companheiros em campo. Deu grandes alegrias na minha infância. Tenho, inclusive, uma foto ao lado dele, na praia em que veraneava, quando guri. No entanto, acredito que o fato de estar há mais de 15 anos longe de um vestiário pode pesar contra o Ex-Craque. Mantenho, admito, certo ceticismo, mesmo dando de barato que pode ter evoluído desde sua rápida experiência lá no começo dos anos 90 como treinador, estudando de maneira autodidata e conversando com profissionais de ponta do mundo inteiro.
Porém, inegavelmente o Bola-Bola (apelido como é conhecido no Rio Grande do Sul, principalmente) tem inteligência e concepções extremamente interessantes sobre futebol, apresentadas como comentarista. Pode inovar, tentando táticas diferentes (dizem que pensa em 3-4-3, como formatação adequada para compactar um time), e desfruta de enorme apoio da torcida, o que conta muito em um momento de disputa da Taça Libertadores. Gente muito bem informada afirma que Julinho Camargo, o qual comandava o Novo Hamburgo e foi contratado como auxiliar do Clube, pode dar uma contribuição excepcional para melhorar o trabalho do maior ídolo da década de 70. Camargo dirigia a gurizada Sub-15 Campeã de Tudo, em 2000, a equipe que tinha o goleiro Renan, bem como os gêmeos Diego e Diogo.
Na primeira entrevista coletiva, assumindo o lugar que era de Celso Juarez Roth, Falcão deu uma declaração forte, afirmando que os dois objetivos são conseguir títulos – que esteve perto de arrebatar como jogador, tanto na América como na Europa, não alcançando glórias continentais, por pouco – e bater o recorde de permanência de um técnico no Inter. Ele sabe que uma meta está ligada à outra. Já começou a ganhar o grupo de atletas, convidando as lideranças dos jogadores para sua apresentação. Somente Guiñazu não compareceu.
Fonte relativamente confiável me disse que os boleiros andaram impondo a escalação de Índio, na recente derrota em terras mexicanas. Se for verdade, as providências em relação ao sistema defensivo, deveras vulnerável, estão ameaçadas. Quem sabe, resida neste ponto a imediata prova de fogo para o treinador Paulo Roberto Falcão em sua nova fase.
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