Amigos, o profeta estava errado. Dizia ele que a vitória tricolor estava escrita há sessenta séculos. E, no entanto, quem venceu o clássico foi o Botafogo. O alvinegro, potencializado pela força sobrenatural da camisa queimada no primeiro turno, caminha a passos largos para um merecido título. Já o Fluminense chora mais um ano fora da final.
A partida no Maracanã foi uma das mais eletrizantes dos últimos tempos. Já aos quatro minutinhos, o Botafogo abriu o placar, em jogada de bola parada. Era tudo que o treinador Joel Santana desejava, com sua retranca armada. No entanto, logo o Fluminense foi à frente e arrumou um pênalti. No momento máximo de tensão, o centroavante Fred contra o arqueiro Jefferson. E a sorte sorriu para o Botafogo, com a bola estourando no travessão.
Ali, parecia decretada a vitória alvinegra. Porém, foi a partir deste choque que o Tricolor cresceu na partida, e passou a exercer um sólido e amplo domínio. Os dois gols da virada foram consequência direta desta irresistível pressão. Redimindo-se do pênalti perdido, Fred assinalou dois tentos de antologia, e o Fluminense virou a partida, ainda no primeiro tempo. Agora, era o Botafogo que parecia irremediavelmente aniquilado.
Vem o segundo tempo, e Joel lança o talismã Caio. O Fluminense continua melhor, mas se cansa de perder chances de decidir a partida. Alan, por exemplo, desperdiçou um gol feito, com o arco escancarado. Ademais, o goleiro Jefferson estava em tarde iluminada, realizando intervenções impossíveis.
Em mais uma jogada de bola parada, o Botafogo conseguiu o empate, com um chute fraquinho de Fahel, no contrapé do goleiro tricolor Rafael. O placar de 2 a 2, a essa altura, levava o jogo para a temível decisão por pênaltis.
Mas o pior para nós tricolores estava por vir. Após uma rebatida de escanteio, Caio chuta, Herrera impedido atrapalha Rafael, e a bola estufa as redes tricolores: Botafogo 3 a 2. Após tomar uma virada do Fluminense, o Alvinegro conseguia a sua própria virada.
Após mais uma taça perdida, começará a caça às bruxas em Laranjeiras. Alguns tentarão culpar Fred pelo pênalti perdido, mas convenhamos que os dois gols invalidam essa tese. Outros cairão na estúpida obviedade de culpar o técnico Cuca. Esses provavelmente terão esquecido o excelente aproveitamento do treinador no comando do Fluminense. Será que realmente acham que uma simples mudança de técnico resolveria os problemas do clube?
Alguns poucos estarão certos (é sempre assim). Estes apontarão como culpado o modelo derrotado da administração do Fluminense. É este modelo derrotado que afasta as taças de Álvaro Chaves. É este modelo derrotado que vende Maicon a preço de banana, quando o clube não possui um substituto para o jovem. É este modelo derrotado que quase sempre gasta uma fortuna, e quase nunca produz times campeões. É este modelo derrotado que faz Dalton, Arouca, Diego Souza, Carlos Alberto, Thiago Neves, Washington e outros preferirem jogar em outros clubes. É este modelo derrotado que demite técnicos como se troca de roupa. É este modelo derrotado que faz o Fluminense refém de um patrocinador.
O profeta prefere não opinar sobre a Copa do Brasil ou o Campeonato Brasileiro. Que Gravatinha e João de Deus ajudem o nosso Fluminense.
PC
1 comentários:
Como disse o Fluminense jogou bem melhor. Não seria surpresa alguma se conseguisse a vitória, porém futebol nem sempre é o óbivio.
11 de abril de 2010 às 03:23Bem lembrada a venda do Maicon. Sempre ajudava o Flu qndo precisava ( inclusive marcou o gol de empate do jogo da Taça Rio ), mas é ai que vemos que os clubes estão entregues à empresários. Principalmente os clubes cariocas. Infelizmente!
Tudo encaminhado para o título direto do Botafogo agora.. só espero que não desperdiçem mais!
Saudações alvinegras
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