A partida da última quarta-feira entre Vitória e Vitória da Conquista deixou claro que o trainee, ops, treinador Ricardo Silva ainda não aprendeu a escalar o time. Mas pelo menos parece já ter aprendido a fazer substituições, o que já é um grande avanço diante do que o time vinha apresentando neste campeonato baiano.
O Vitória começou jogando bizonhamente. Sem velocidade na ligação entre o meio e o ataque, com Júnior isolado na frente, o primeiro tempo foi lamentável. O Vitória só não tomou gols graças à incompetência dos atacantes do time conquistense. O esquema 4-5-1, com cinco meias lentos e um centroavante isolado, não permitia a criação de jogadas de ataque bem trabalhadas.
No segundo tempo, a postura do time foi outra. Os espaços foram fechados e o Bode ficou acuado dentro de seu campo. Mas o Vitória continuava sem criação no ataque. Por sorte, um passe errado de Ramon foi desviado e caiu praticamente nos pés de Júnior, que, sozinho, de frente para o goleiro, fez o que dele se espera: 1x0.
Foi aí que Ramon, entendendo já ter feito sua parte, pediu para sair. E como o pedido d'El Rei é uma ordem, Ricardo Silva prontamente o atendeu e colocou Elkeson no time. Aí o Vitória começou, efetivamente, a jogar bola, tornando o jogo menos enfadonho. Dando movimentação ao ataque, Elkeson conseguiu a expulsão de dois jogadores do time de Conquista, deu passe para o gol de Egídio (que até então fazia uma péssima partida) e ainda sofreu o pênalti que deu origem ao terceiro gol, marcado por Viáfara (agora já nem causam mais tanta comoção os gols marcados por nosso artilheiro, El Paredón).
Duas coisas preocupam. Uma é que Ricardo Silva não sabe escalar a equipe. Ou então cede facilmente a pressões para que Ramon seja escalado, mesmo com a demonstração cabal de que seu lugar, atualmente, é, no máximo, no banco de reservas (apesar de todo o respeito que todos nós, rubronegros, temos pelo Reizinho da Toca, tendo em vista todo o seu passado, inclusive recente, de bons serviços prestados ao Vitória).
Outra questão que preocupa é que, pelo que se pode extrair de recentes declarações de Vanderson, o grupo, por amizade a Ricardo Silva, agora está fechado e concentrado no objetivo de mantê-lo no cargo. Será que é preciso ameaçar o cargo do técnico para que o elenco resolva, de uma hora para a outra, começar a jogar bola? Será que o simples fato de jogarem no maior time do Norte e Nordeste, de envergarem uma camisa centenária e de receberem um bom salário em dia já nao é motivo suficiente para que os jogadores se concentrem em seus objetivos? Será que o medo de um comandante mais disciplinador causa temor aos jogadores do Vitória?
Enfim, resta a nós, torcedores, esperar que essas indagações sejam meros delírios conspiratórios e que o Vitória, enfim, resolva acordar para a temporada 2010. Ainda precisamos de reforços (principalmente na zaga), mas temos um elenco razoável, que precisa ser bem mais trabalhado se quisermos ganhar alguma coisa este ano. O tetra estadual, ao que parece, está vindo de novo para as nossas mãos. A menos que a arbitragem e/ou os "Amigos do Ricardo" resolvam atrapalhar.
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