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Uma estrela nascente

1 de mar. de 2010


Amigos, em mais um jogo da maratona contra os pequenos do Rio de Janeiro, o Fluminense obteve mais uma vitória: 5 a 1 sobre o Friburguense. O grande personagem do jogo foi o jovem Wellington Silva, de apenas dezessete anos. É ele o personagem da minha crônica de hoje.

A atuação do jovem contra a equipe serrana, sua estréia no Maracanã, foi nota dez. Infernizou a defesa do Frizão, com sua velocidade de desenho animado e seu ímpeto inexcedível. Fez o segundo gol, exibindo muita categoria para matar a pelota no peito. Deu também a assistência para o terceiro gol. Assistência é pouco: ele entregou o gol para Everton, numa bandeja de ouro. Foi mais responsável pelo tento que o próprio autor.

Olhem para Wellington Silva, examinem suas fotografias, e caiam das nuvens. Ele é, de fato, uma criança, um menino. Não pode sequer dirigir um carro! Quando vai ao cinema, pode ser barrado, pode ser expulso da sala, dependendo do filme em exibição. Mas reparem: é um craque indubitável. Se um dia Pelé encontrá-lo, poderá lhe perguntar, com a mais tenra intimidade: - "Como vai, colega?".

Wellington Silva é mais uma estrela nascente no futebol brasileiro. Faz companhia ao santista Neymar e ao vascaíno Philippe Coutinho, entre outros. Daqui a quatro anos, formarão o nosso escrete. Será uma responsabilidade e tanto: defender a Seleção em solo nacional, sessenta e quatro anos após 1950. Mas confio nesses meninos: se trata de uma geração de ouro.

Meu único temor é a lógica perversa que rege suas transferências precoces para a Europa. Um jogador de dezessete, dezoito ou vinte anos ainda está em fase de formação. Ainda pode aprimorar habilidades, ainda pode ser ensinado. Não há sequer sombra de dúvidas sobre qual é o melhor local para essas lições futebolísticas: o Brasil, obviamente. E, no entanto, Philippe Coutinho completará sua formação na Itália, Wellington Silva na Inglaterra, Neymar sabe-se lá onde. Nos resta rezar - e muito - para que o futebol dos meninos não seja descaracterizado pela brutalidade européia.

Wellington Silva começou a ser assediado aos quinze anos! Quinze! Em dezembro de 2008, ocorreu o primeiro contato com o Arsenal: uma espécie de estágio que os ingleses realizam com jovens promessas em Londres. Na ocasião, Wellington Silva marcou quatro gols contra os juvenis do Norwich. Foi o suficiente para encantar a direção dos Gunners. Ali mesmo ficou apalavrado o acordo.

Em novembro de 2009, após meses de intensas conversas com os ingleses, finalmente foi assinado o contrato com o Arsenal. Wellington Silva se apresentará em 2011, quando completar 18 anos de idade. Especula-se que o Fluminense tenha sido indenizado com cinco milhões de dólares.

Amigos, há algo de assustador nessas transferências tão precoces. Wellington Silva já é o quarto jogador tricolor negociado antes mesmo de estrear pelos profissionais do Fluminense. Antes dele, os laterais gêmeos Rafael e Fábio saíram para o Manchester United, também da Inglaterra; e o meia Maurício Alves saiu para o Villarreal, da Espanha. Nesse ritmo, daqui a pouco tempo haverá uma perversa Seleção de ex-tricolores.

O futebol brasileiro sangra na sua base. E essa hemorragia precisa parar, antes que seja tarde.

PC

5 comentários:

Lílian Alcântara disse...

Também me assusta tais transferências. Uma vez vi uma reportagem sobre um garoto de 7 anos que foi transferido para o Real Madrid. O futebol brasileiro precisa ser otimizado utilizando estes garotos, a grana precisa começar a rolar aqui para mantê-los. Mas tenho medo que o aumento de dinheiro diminua ainda mais a essência do futebol.

1 de março de 2010 às 18:56
Leandro disse...

Os Clubes precisam olhar mais a base e ter a sensibilidade de ver quem realmente tem potencial ou não. Segurar, sem mudar a Lei, é difícil. Mas se for para vender, faça que nem alguns clubes desse mesmo Brasil, venda bem. Dez milhões é muito pouco! Em breve, valerá 10 vezes mais! Leandro

1 de março de 2010 às 21:50
Eduardo Chikui disse...

Paulo,

Vc não inclui o Caio (Botafogo) nessa sua lista de futuros craques?

2 de março de 2010 às 13:50
Marcelo Dorneles Coelho disse...

Excelentes observações e belo estilo rodrigueano, PC! Acredito, no entanto, que não há como evitar transferências cada vez mais prematuras da gurizada que surge para a Europa. Felizmente, os grandes clubes brasileiros revelam incessantemente novos talentos e se houver um fortalecimento econômico, podem preservá-los por duas ou três temporadas.

2 de março de 2010 às 15:40
PC Filho disse...

Lilian e Leandro, obrigado pelos comentários!

Eduardo, o Caio do Botafogo tem, sem dúvidas, potencial para se tornar um craque. Há diversos outros espalhados por aí. Marinho (formado no Fluminense, hoje no Internacional) é outro exemplo.

Marcelo, obrigado pelo elogio. Assumo com muito orgulho: Nelson Rodrigues é mesmo minha maior inspiração. As crônicas dele e do irmão (Mario Filho) são mais atuais que muitos textos de hoje...

2 de março de 2010 às 20:13

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